Mesmo o Natal tendo passado faz um tempinho, decidi dividir com vocês um pequeno texto do mestre Dorin, uma breve reflexão sobre o arquétipo do Messias, com base junguiana.
O ESPÍRITO DO NATAL
Lannoy Dorin *
Toda
pessoa traz no mais profundo do seu ser todas as características que
identificam a humanidade. São arquétipos, motivos, disposições próprias da
espécie que podem vir a ser realizadas.
De
acordo com o povo e a época, esses motivos da espécie, que os antigos chamavam
de tendências instintivas, são julgados bons ou maus. E embora os maus sejam os
que mais despertem e prendam a atenção da sociedade, os bons preponderam sobre
eles. Se assim não fosse, nossa espécie já teria desaparecido.
Dentre
os principais traços básicos do ser humano, está o arquétipo de Messias, de
salvador ou redentor. Cada um de nós tem, pulsando em nível inconsciente, a
vontade de ser condutor de pessoas na realização de um grande ideal. E quando
esse arquétipo aflora à consciência, temos o herói ou o louco. Ambos são
conduzidos por um estado mental delirante, que contagia milhares ou milhões de
pessoas.
Há
pessoas que nunca se deram conta que trazem no seu inconsciente o arquétipo de
Messias, mas, quando chega o Natal, a imagem de Jesus Cristo toca esse traço
adormecido. Então, elas olham para os que necessitam de auxílio, seja ele
material ou espiritual, e sentem a necessidade de estender a mão a seus
esquecidos irmãos.
Ao
realizar o espírito comunitário, o sentimento de fraternidade, a pessoa vai
descobrindo que traz consigo uma centelha da bondade divina. Mais que isso, que
praticar o bem é a maior justificativa para o seu viver e que viverá em paz e
feliz enquanto estiver repetindo as palavras do sábio, que “... a bondade e a
misericórdia seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do
Senhor por longos dias” (Salmo 23,6).
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